Beijos e Segredos

"- Desculpa lá isto não acabar como nos contos de fadas - disse o homem a sorrir, com as mãos em volta da garganta dela, olhos nos olhos, enquanto a estrangulava.
- Se me vais matar, não pode fazer isso de uma vez? Isto é um bocado desconfortável.
- O quê, as minhas mãos? Ou o sentimento de seres um fracasso...
- Não sou um fracasso.
- ... outra vez.
Ela cuspiu-lhe na cara.
- Ainda tens alguma chama. Realmente admiro isso em ti. Acho que tu e eu nos podíamos ter dado bem. Infelizmente, não há mesmo tempo para isso.
Ela fez um último esforço, agarrando as mãos dele, em volta da sua garganta, mas ele nem sequer vacilou. Os braços penderam-lhe, indefesos.
Ele inclinou-se, tão perto do rosto dela que ela lhe conseguia sentir o bafo.
- Tens algumas últimas palavras?
- Seis: pastilhas para o mau hálito Listerine. Está mesmo a precisar.
Ele riu-se e apertou com mais força o pescoço dela, até as mãos se sobreporem.
- Adeus.
Por um segundo, os olhos dele flamejaram para os dela. Depois ela ouviu um estalido agudo e sentiu-se a cair no chão e tudo ficou negro."