29.12

Feridas e cicatrizes.

Sangue que colha nessa espada de punho almofadado e de bicos que vão ficando desgastado de tanto uso. Tal como o sangue colha e desaparece da espada, também o que se ganha se perde. Tudo está marcado, todos os golpes de recruta. Fica tudo o que foi feito para a conquista, e quando arrumas a espada, a única coisa que não fica em local de combate é a experiência, já que a vitória nem sempre é garantida.

Ainda tenho as primeiras botas que calcei quando me dediquei de coração á vitória, quando me lancei para aquela trincheira deserta. Percorri mais trincheiras que oceanos do mundo. Sempre fui de encarar, que tenho de erguer a espada. E quando não é para lutar, é para estar preparada para a defesa. Às vezes aparecem os ensanguentados, dados como mortos, apontar-nos a morte. Porque quando pensamos que tudo acabou, nem tudo morreu. Arenas de destruição, balas pelo chão dos tiros que não foram conseguidas, da pontaria que falhava.