24.12

Incapacitada. Não consigo vestir a minha verdade de tão honrado senhor. Não consigo e tenho receio de tão vermelhas trevas, ainda viva de relâmpagos das trovoadas que sobre mim descarregam. De caminho penso que são palavras que nunca passaram disso.

Tenho de agir, agir conforme o meu coração manda. Por vezes mais vale fechar a boca a cadeado e agir simplesmente, do que tornarem palavras como aparição. Mais vale isso que alimentar mentes com o relativo. Palavras são relativas, que todas podem tomar para além da sua definição. Mesmo assim estou longe de poder agir, estou longe de todos. Estou nesta cela a pagar pelo que disse e pelo que não disse.

Assim vou pensando e quando aí chegar saberei qual é o norte a tomar, haverá justiça e com verdade.
Tenho tempo.